Re: O que você tem por dentro?

por VanOwen Ter Ago 21, 2012 10:11 pm

Perdido. Naquele lugar, naquela hora não era o Investigador Montana. Era Enrique, um dos órfãos do Padrecito de Tijuana. O garoto calado, introspecto e sádico com todo ser vivo inferior a ele. Não admitia perder, não admitia não saber o que fazer. Sua reação naqueles tempos seria ordenar qualquer coisa a alguém que o admirasse ou temesse.Acontece que agora já era um homem e sabia que uma ordem errada só atrapalharia as investigações, sob o grande risco de ganharem mais umas vítimas. Estava remediando o problema, ainda numa velocidade muito lenta. Precisava ser mais efetivo. Não era hora de ficar parado.

-Colega, você PRECISA descobrir de onde saiu esse lote extra. Quem seria o fabricante da "Broadcom 802.11ac."? Quem tem o poder de desviar uma linha pré-lançada? Contate a CIA, a Interpol que seja, mas alguma fábrica vai ter um material faltando. Centenas de equipamentos. Alguém fez esse carregamento. Alguém instalou esses equipamentos... - virou-se para Connor - Connor, ALGUEM INSTALOU ESSES EQUIPAMENTOS. Cacete. - Falou como se fosse obrigação de um jogador de futebol ter lhe lembrado aquilo. - Vamos la na central de vigilância, precisamos ver alguma cena de crime. E mais, tenho uma suposição: Vamos começar no momento em que os relógios enlouqueceram. Vou apresentar meu relatório ao pessoal da CSI, eles podem mobilizar uns estagiários para checar as fitas de vigilância pública.

Estava elétrico. O sangue bombeava aquela penca de hormônios em seu corpo e a inspiração divina parecia fluir. Agora ja estava caminhando. Sabia que abusava E MUITO da inteligência federal, mas em meio a um caos nacional ninguém lhe perguntaria porque não estava caçando traficantes. Quem sabe até ganhasse uma medalha. Infelizmente sabia que essa ultima etapa de investigação exigiria muito do pessoal e da intervenção estatal nas grandes empresas. Mas aquilo era problema do departamento de segurança, e não seu. Andava pelos corredores correndo pelo enorme predio da LVPD dando ordens a estagiários e encaminhando memorandos expedidos quase instantaneamente. Em menos de 24h estaria enfiando uma bala na testa de um bastardo titânico filho da puta, no melhor estilo overpower de Luke Colt.

por Vittoria De'Angelis Qui Ago 23, 2012 12:08 pm

Uma lan house velha... A moça olhava para os computadores com o nariz torcido, sem saber qual o menos pior para escolher. Seu celular seria mais rápido que eles, com certeza. E o tal contato de Pietro... Deveria ser um nerd daqueles que não sai da frente do computador nem pra comer, tanto que havia marcado o encontro numa lan house caquética. Olhou para o funcionário e lhe deu um pequeno sorriso, enquanto se apoiava com os quadris no balcão e o chacal a seu lado [não havia visto sinal de proibida a entrada de animais, então qual o problema?]. Sim, aquilo era bem suspeito... Seria o contato o funcionário?

Depois de ver Pietro digitar algumas coisas no teclado, duvidou. De esguelha, prestava atenção se o funcionário digitava algo em seu computador enquanto Pietro aguardava uma resposta de seu contato, não tirando de mesa a possibilidade daquela pessoa ser quem seu irmão deveria encontrar. Seus sentidos estavam todos em alerta, como se qualquer coisa pudesse significar que estavam enrascados. Mas não estavam sozinhos então essa possibilidade era reduzida.

Hm? - olhou para o irmão e se desencostou do balcão para se aproximar dele, curvando-se um pouco para ver a tela, os braços cruzados - Não sei não... Mas o cara pode ser um hacker ou algo assim... O computador já estava pronto para lhe receber, não é? - franziu o cenho e afastou-se da tela, procurando por uma webcam neste mesmo computador. Se a encontrasse, a viraria para a parede - O que significa que ele pode ter visto seu rosto. Se ele quer anonimato, você também deve ficar. Até onde sabemos, esse cara pode ser muito bem NOSSO cara. - deu de ombros - afinal... Suponho que ele tenha algum envolvimento com essas câmeras, não é?

por Luke Colt Qui Ago 23, 2012 12:48 pm

- Então qual era exatamente a sua relação com ela? - Pergunta o policial, depois que a viatura já chegou e ele já fez as primeiras perguntas básicas.

Aquilo não era importante. Nem um pouco. E Colt sabia disso. - Olha... eu sei muito mais sobre essa série de mortes do que todos vocês juntos. - Disse olhando o primeiro policial nos olhos. - Por que vocês não me levam ao seu superior, e eu explico tudo que sei. É que não seria interessante mostrar a verdade na frente de todo mundo. - Era sério. Estava falando a verdade. Titãs, Deuses, não estava nem aí. Iria jogar a merda no ventilador.

- Muito bem então, só aguarde um pouco enquanto terminamos o procedimento aqui. - O policial não tem nada a reclamar sobre a cooperação.

Outros dois policiais vasculhavam a casa, dando uma olhada superficial nas coisas ali. Um deles, atrás de Colt, lhe pega de surpresa com uma pergunta:
- Ele é seu?

Virando para trás, sem saber do que ele falava, Colt nota um cachorro velho passando pela sala a passos lentos. O animal vem até o seu lado e se senta com a bunda sobre seu pé direito, dando um longo bocejo em seguida.

- Pode ser. - Luke sempre gostou de animais, e deixar o cachorro para trás significaria a morte dele. Carrocinha na certa. O cão viveria. - É, é meu sim.

- Ok, acho que podemos ir. Elton, passe o perímetro aqui. Vou levar o garoto pra delegacia. Me acompanhe, por favor.

Dois policiais vão com Luke até a viatura. O cão o segue na calma de um velho entediado, sem nem se dar ao trabalho de balançar o rabo. Sem pestanejar nem olhar para os policiais, ele também sobe no banco de trás e senta-se ao lado de Colt.

Chegando na delegacia, o cão tem que ser amarrado do lado de fora enquanto espera. Quando Colt vai amarrá-lo, nota a inscrição na coleira velha e surrada: "Johnson". Paciente, Johnson se deita ao pé da escada.

O cão era sagaz, soube o que deveria ser feito sem ao menos um comando. Era como se ele compreendesse o que estava se passando. Colt entrou no banco de trás e o animal o seguiu, sentando do lado dele. Então o garoto fechou a porta, e seguiram viagem. A verdade é que o Scion passaria a viagem entediado, mas para a sua alegria agora tinha um cachorro. Não era o mascote dos sonhos. Não era saltitante, nem brincalhão, e seu pelo não era dos mais sedosos. Mas era o primeiro cão de Luke. Fez um cafuné no totó enquanto não chegava até a delegacia. Uma simples delegacia. Também não era tão grandioso quanto queria.

Desceu do carro. Os policiais o emprestaram uma corda, para que pudesse prender o cão do lado de fora do departamento. Na coleira, "Johnson". O velho Johnson era um cachorro? Talvez fosse mais que isso. Não. Com toda certeza, ele era mais que um cachorro comum. - Tente não morrer enquanto eu não estiver por perto. - Deu uns tapinhas no novo mascote e entrou para conversar com o delegado.

Entrou na sala, apertou a mão do homem e sentou. Respirou fundo antes de começar a falar. - Primeiro... isso pode parecer a mentira mais escrota que você já ouviu, mas você precisa acreditar. - Colt então ergueu o braço direito e antes que seu punho descesse totalmente, seu anel brilha, e em um piscar de olhos o cabo de seu grande machado de batalha bate no chão, fazendo um baque estrondoso. - Porque eu sou o filho de um Deus.

Ficou ali sentado. Esperando o homem se recompor, apenas o encarando. - Existem mais coisas entre o céu e a terra do que imagina, Delegado. Existe uma guerra entre Deuses e Titãs, e nós filhos deles, estamos no front. E quem está matando todas essas pessoas são filhos dos Titãs. Provavelmente de Cronos. Eles estão reunindo forças para libertar seu pai. E se isso rolar, amigo... - Luke fez uma careta estranha, como se fosse melhor nem pensar nisso. - Já era! Eu cheguei na cidade hoje, e já presenciei dois desses homicídios! E já devem passar dos 500! - Óbvio que o homem conhecia os números, mas Colt preferiu enfatizar a situação de calamidade. - Aquela senhorinha que morreu agora, eu a conheci hoje, e ela sabia muita coisa sobre essa guerra. Mais que eu. Mas agora ela morreu, e boa parte da minha esperança foi com ela. - Uma faísca de raiva se acendia nos olhos do Scion.

- Ao que parece, esses caras usam umas camerazinhas e em um instante matam a vítima. Eles sempre atacavam quem estava sozinho, mas o Modus Operandi deles dessa vez, foi diferente, tinha muita gente olhando na hora. - Seu semblante ficou lúgubre. - Vou te mandar a real. Você e seus homens tem pouca chance contra esses caras. Eles são sobrenaturais, cara. Mas vocês poderão atrapalhar muito tirando essas câmeras. São bem pequenininhas mesmo, eles precisão ter uma visão da vítima na hora da morte, então só é voltar nas cenas do crime e procurar. - E então, era como se Luke depositasse toda a confiança dele, no trabalho policial. - Vocês precisam fazer isso!

por **Gam** Qui Ago 23, 2012 3:27 pm

@Connor e Montana
Enquanto Montana inicia um trabalho frenético e aciona todos os braços da lei para agir em coesão, Connor tem uma tontura. Ele se apoia à uma mesa e instintivamente leva a mão à testa.

Connor; Marca de Vigília
Percepção+Empatia = 3 / Dif = 1
8, 1, 2 = 1 sucesso

Em imediato, ele tem uma visão clara da situação atual de Luke Colt. Ele vê o garoto andando tranquilamente pelos corredores do que ele instintivamente sabe tratar-se do Las Vegas Metropolitan Police Department, no Centro da cidade. Colt não sabe o que está para acontecer, mas sabe que o garoto corre perigo.

Quanto a Montana, ele terá o resultado de suas ações daqui a algum tempo, quando forem feitas as investigações devidas a respeito do tal chip. O que, é claro, não é motivo para ele sentar e não fazer nada.
@De'Angelis e De'Angelis
I say:
Imagino que seja um chat seguro, certo?

mister_cop says:
s

I say:
Você foi indicado sobre um produto especial no mercado. Estou procurando essa câmera, por acaso as possui?

mister_cop says:
n sobro nnhuma

I say:
Gostaria de saber se mais alguém comprou, pois gostaria de exclusividade no produto. E claro, dinheiro não seria o problema.

mister_cop says:
tdo foi cmprado
qm eh a muhler?/

Não há uma webcam no computador, mas Vittoria não demora a suspeitar da câmera da lan-house, acoplada ao teto. O funcionário da loja, por sua vez, não se importa com o assunto deles. Ele parece estar conversando no Facebook agora, totalmente a vontade.
Colt
Quando estava a caminho da sala do delegado, Colt teve a ligeira impressão de que o tempo e as luzes paravam no ar. Aquela de quando viu Calmaria pela primeira vez. Mas, por mais que olhasse, ele não a via em lugar algumm. Ele entra na sala, faz seu discurso.

Quando surge o machado, o delegado toma um susto e pula pra trás com a cadeira. Mas, afora isso, ele parece ter suportado bem a surpresa e as notícias esquisitas. Na verdade, algo em seus olhos cansados passa a impressão de que ele já não se impressiona com mais nada.

- Eu vou ver se encontramos uma câmera lá. Se o que você falou confere, a gente vai precisar de uma força-tarefa bem grande pra tirar de todos os locais onde houveram mortes. Não foram poucos...

Ele se levanta e passa por Colt, abrindo a porta para ele.

- Enquanto isso, eu vou precisar que você faça um testemunho gravado na sala de interrogação. - Ele fala, apontando para o corredor. - Vou dizer para que sejam rápidos, não quero te segurar muito tempo.

Colt sai sozinho pelo corredor, e novamente tem aquela mesma sensação. Dessa vez, ele vê a silhueta da criança pela janela da delegacia, lá fora.

[Notas Pessoais]

Vittoria De'Angelis
- -2 Lenda
- -1 FV
- Marca da Vigília: Chacal; Pietro De'Angelis
Pietro De'Angelis
- -3 Lenda
- -1 FV
Noah Connor
- -2 Lenda
- Marca da Vigília: Mendigo; Luke Colt
Luke Colt
- -1 FV

por Connor Qui Ago 23, 2012 7:34 pm

Nem ao menos deu tempo de responder a Montana no meio de toda aquela confusão, e de repente veio uma sensação de desequilíbrio, e lá estava Connor, sentindo o perigo que Luke corria, sabia onde ele estava e o que estava para acontecer. Uma pena ele não ter marcado Vittoria ou Pietro, como tinha prometido ao próprio em proteger sua irmã. Mas agora não era tempo de ficar se lamentando, Luke podia não ter a mesma sorte que Pietro teve, tinha que ser rápido, muito rápido!

-MERDA! Começou a sair antes que Montana percebesse, só falou com ele por cima do ombro. -VAMO VAMO! RÁPIDO! Tão atacando o Luke! enquanto saia pra fora do prédio colocava o casaco. - Ele 'tá no Las Vegas Metropolitan Police Department, eu to indo na frente e vê se não demora. Entrou no primeiro beco que visse¹ e tomava um impulso forte com as pernas, usando seu Ichor e a herança de seu Pai², chegaria lá do modo mais rápido possível, ou significava a morte do garoto.

Enquanto voava até o local mandava um sms para Vittoria e Pietro, só pra garantir que os dois receberiam a mensagem.

Acharam o Luke antes. 'Tô indo pra lá antes do garoto morrer, Montana tabém estava a caminho, eu acho. Tudo ok com vocês dois?

Poucas palavras, a pressa quase não deixava o Scion pensar direito, tudo que ele queria era chegar logo e salvar o garoto antes que fosse tarde demais. Assim que estivesse a perto ele pegava o colar e o transformava no Basher mais uma vez e entrava com cuidado, sem fazer muito barulho tentando ouvir qualquer coisa que indicasse onde Luke, ou as Crias estivessem, e principalmente a qualquer barulho mecânico que Pietro já disse quando foi atacado.

¹ - Se não tiver nenhum beco por perto, Connor só vai se garantir de achar uma rua mais deserta, ou chegar no telhado de algum prédio.
² - -1 Lenda / -1 FV p/ Liberdade do Vento (Céu 2)

por Luke Colt Sex Ago 24, 2012 4:20 pm

E naquele momento em que os ponteiros descansaram e os murmúrios se calaram, Colt soube quem estava por perto. Olhos cansados correram por todo o cômodo. Calmaria não queria ser vista. E a impaciência do Guerreiro o fez entrar.

Simplicidade. Algo digno de admiração. Homens e mulheres que encontram a felicidade nas coisas mais simples da vida ganhavam a empatia do Scion. Assim como a velha cigana, assim como o dono da banca, e assim como o delegado. Uma pessoa que deixava suas ações falarem por si, e que deu a chance ao jovem. Ganhou seu respeito. - Ah, é claro... você não tá pensando em me deixar de fora, né? - Na verdade, era o que estava parecendo. Se levantou, deixando o cabo do machado escorrer pela mão até que ele pudesse o apoiar no chão. - Esse lance com o machado não é nem o começo do que eu posso fazer, eu sou a sua única esperança, cara. Humanos comuns não teriam a menor chance em um combate direto. - Então teve uma brilhante ideia. - Diz aí! O que eu preciso pra ser um policial? - Selva de pedra. Ninguém vive sem o famoso papel verde chamado dinheiro.

Se isso o ajudasse a conseguir o emprego, gravaria o vídeo. No corredor, a mesma sensação de antes. E claro, a mesma reação de antes. O resultado não foi o mesmo de antes. Calmaria estava na janela, e ele se aproximou. Mais cedo, ela lhe apresentou à vovozinha. O que iria lhe mostrar dessa vez?

por VanOwen Dom Ago 26, 2012 9:45 am

Tudo ao mesmo tempo tudo ao mesmo tempo tudo ao mesmo tempo.

Tempo.

Concretivismos à parte, tempo era uma coisa que os Scions não dispunham e inclusive enfrentavam. Dadas as devidas ordens, Montana correu para o estacionamento. Acionou um tira bigodudo que comia calmamente o seu donnut e ordenou que ele e seu parceiro o levassem até a outra unidade policial da cidade, que não ficava a 5 minutos dali. Ainda ao telefone, ligou para a unidade:

-Bom dia colega. Aqui é o Investigador da Narcóticos da unidade municipal [identificou-se com os códigos devidos], preciso contato com a segurança local da unidade metropolitana imediatamente! Solicito proteção máxima a uma testemunha que se encontra em perigo nesta unidade, seu nome é Luke Colt. Possuo informações de um atentado contra o mesmo NESTE INSTANTE, dentro da unidade. Estou à caminho!! - E desligou.

Agradecido ao pé gordo do policial que dirigia sua viatura, chegaria à unidade em questão de minutos, empunhando sua arma e sua identificação militar, acompanhado de seu fiel brutamontes canino que não o largara desde o ultimo atentado.

por **Gam** Dom Ago 26, 2012 4:59 pm

@Colt, Connor e Montana
(Montana e Connor não vão chegar nesse turno. Aguardem até eu liberar a chegada de vocês)

- Bom, creio que você não tem nem a idade mínima. Mas, em todo caso... - Ele se abaixa e pega uma folha na gaveta, entregando-a a Colt.

Spoiler:

- Sim, senhor. - Responde o atendente da outra LVPD, para Montana. - Tomaremos as providências.

Enquanto isso, Colt se aproxima da janela do corredor. Do outro lado, Calmaria encosta a palma da mão no vidro. Ela fala baixinho, e para entendê-la ele tem que chegar muito perto do vidro e usar de um pouco de leitura labial:

- Nhá Ciça te salvô duas vez já, minino. - Ela fala em tom triste. - Mas ela já num tá mais aqui. Ocê tem que si salvá sozinho agora... Ocê tem di corrê.

Na viatura que corre pela avenida Las Vegas Expy, Montana recebe uma ligação. Dessa vez é uma garota do Departamento onde estava anteriormente, e ela tem um tom preocupado.

- Senhor, nós verificamos os vídeos de segurança da região de uma das micro-câmeras. Conseguimos identificar quem a instalou...

Ela encosta a testa no vidro, com uma preocupação de uma criança que se encosta no aquário mas não pode fazer nada para ajudar seu peixinho.

- Corre, minino...

Na ligação de Montana, a garota lhe dá a notícia que a deixou desnorteada:

- ... Foram dois policiais, senhor. Mais precisamente, uma viatura em serviço do LVMPD da Sir Martin Luther King Boulevard.

Uma voz chama a atenção de Colt. Ele se vira para trás e vê o delegado no corredor. Caso ele venha a virar de novo para a janela, Calmaria não estará mais lá.

- Senhor Colt? Se o que você diz é verdade, cada segundo conta. Você deveria estar na sala de interrogatório agora.

Ele se aproxima com mais dois policiais e para no meio do corredor. Eles chegam a dar um passo a mais, mas ele os interrompe com um movimento de mão.

- Não é necessário usar a força, o garoto está do nosso lado. - Ele diz. - Por favor, acompanhe-me por aqui. - E, com a mão, aponta para uma escada que dá para o terceiro andar.

[Notas Pessoais]

Vittoria De'Angelis
- -2 Lenda
- -1 FV
- Marca da Vigília: Chacal; Pietro De'Angelis
Pietro De'Angelis
- -3 Lenda
- -1 FV
Noah Connor
- -2 Lenda
- Marca da Vigília: Mendigo; Luke Colt
Luke Colt
- -1 FV

por Luke Colt Seg Ago 27, 2012 11:20 am

Claro que tenho a idade mínima! Puta que pariu, mano, essa justiça é uma bosta mesmo... Na Inglaterra, se o gurizinho faz merda, com dez anos já vai preso, mas pra trabalhar, tem que esperar até dezoito para poder ter todos os direitos, inclusive trabalhar. Vai se foder, mano. Não sei quanto é aqui, mas não deve ser diferente. Bando de cuzão chupador de rola! Peguei o papel com o Delegado, e saí da sala lendo a parada, mas eu tava de boa, o cara não tem culpa disso, ele só tá fazendo o trabalho dele.

No meio do corredor, me liguei que Calmaria tava na janela. Cheguei perto para entender o que tava rolando. Foi foda, mas acho que eu escutei certo. Porra nenhuma! Eu teria acabado com a raça desses porras. Por quê todo mundo tem medo desses caras? Não vou correr não, véi. Deixa eles aparecerem aqui, e bora ver quem sai vivo.

Por via das dúvidas, já fui me preparando pra porrada. [UNTOUCHABLE OPPONENT] E aí o Delegado me aparece com mais dois caras pilhados pra brigar. O que quer que eu pense? Chover machadada em cima deles, óbvio! Mas aí me passou pela cabeça duas coisas. Um, e se eu mato esse cara, e ele não é o viadinho do Cronete que eu tô caçando? E outra, e se ele é, mas eu não consigo provar, e aí esse tanto de cana aqui, vai estar atrás de mim. Aí eu me fodo.

Tem que ser malandro, cara... Hahahahahaha! Me fiz de idiota, claro! - Ué, cara... Mas a parada não é no fim do corredor?

por **Gam** Qui Ago 30, 2012 2:38 pm

@Colt, Connor e Montana
- É, foi uma falha minha. É a primeira porta subindo essas escadas.

De fato, as escadas ficam no fim do corredor. Talvez Luke esteja apenas sendo paranoico?

Ainda estava desconfiado, Calmaria já provou ser útil quando o apresentou à velha cigana, e agora havia o alertado do perigo iminente.

- Beleza, vai na frente, que eu vou seguindo.

Seguiria atento. Todo cuidado é pouco.

Sem qualquer delonga, o delegado Rickert (este é seu nome) sobe as escadas. Os dois policiais não sobem com ele. Eles ficam parados no corredor, como cães de guarda treinados.

Colt sobe atrás de Rickert. Por um instante ele ouve um passo atrás de si e chega a se preparar para um susto... Mas não. Os policiais simplesmente seguiram seus caminhos pelo corredor, deixando ele e o delegado subindo sozinhos.

No terceiro andar, ele o dirige até uma sala chamada 'Interrogatório I', abrindo a porta para que ele entre primeiro.
Para todos os efeitos, se parece com uma sala de interrogatório comum, como as que ele via na TV. Uma mesa branca retangular, uma cadeira de cada lado, um espelho enorme na parede que provavelmente é uma janela espelhada para o outro lado.

- Sente-se, por favor.

Colt se senta, ainda desconfiado.

O delegado fecha a porta. Colt ouve um 'click'.

- Senhor Luke Colt. Esse é o seu nome verdadeiro? - Ele começa casualmente, dando a volta na mesa e sentando-se do outro lado.

- Tenho muitos nomes, Delegado. - Mentira. Mas era uma coisa legal a se dizer.

Ele dá uma fungada pelo nariz, acompanhada de um sorriso curto. Colocando os pés sobre a mesa, ele saca um cigarro e um isqueiro.
- Aceita?

- Não aceito nada de estranhos. - É. Aprendeu a lição. - Mas e o interrogatório?

- Estou começando. - Ele diz tranquilamente enquanto segura o cigarro com a ponta da boca e acende o isqueiro. E então, dando a primeira baforada para cima... - Você disse que era filho de um deus, confere? Me explica essa história direito. Tendo poderes divinos, por que você simplesmente não resolveu a situação de uma vez?

O que dizer ao inimigo? Teria que medir as informações que iria dar. Não tinha certeza se aquele homem seria um aliado ou não. - Eles também são. E são mais numerosos. De qualquer forma, estou em desvantagem.

- E o que te torna melhor que eles? Me perdoe a ignorância, eu ainda estou tentando entender onde entra cada peça. - Parece ter um pouco de diversão em suas palavras... Seria ceticismo?
- Eu quero dizer, se os assassinos também são filhos de deus, talvez eles tenham um propósito maior por trás de tudo isso.

- Me corrija se eu estiver errado. O seu trabalho é pegar assassinos, certo? - Colt mandou um olhar inquisidor ao Delegado. - Você deveria estar do meu lado. A mesmo que esteja do lado deles. - Na voz do Scion, tinha uma forte pontada de acusação.

- Hah... - Ele segura a fumaça por um instante, e então solta tudo pelo nariz. - Eu já estou velho, senhor Colt. Quase me aposentando. - Em suas olheiras fundas, nota-se o peso de um homem que sobreviveu a uma vida violenta por tempo demais. - Eu já estou além do meu cargo. Sou um homem com visões e opiniões próprias.
- Sabe... - Ele se ajeita melhor. - Uma vez teve um psicopata por aqui. Ele gostava de ser chamado pelo codenome Lullaby. Era um homem que estuprava e matava antigos acusados de pedofilia.
- Ele era extremamente frio e profissional, e nem sempre havia provas contra os supostos pedófilos que ele pegava. As vezes bastava ser um acusado.
- Velhos que já cumpriram sua pena há muito tempo, professoras de jardim de infância com fofocas maliciosas a seus respeitos... Ninguém escapava.
- Eu tive ele nos meus dedos, Colt... - Ele mexe os dedos da mão enrugada à sua frente, simulando pegar alguma coisa. - Mas o soltei. - E abre.
- Achei que ele fazia um trabalho melhor solto do que eu faria prendendo ele.
- As vezes nossas escolhas são maiores do que um distintivo e uma promessa vazia...

- O que eles te ofereceram? - Como se aquele depoimento fosse mais vazio do que todas as promessas.

Ele suspira.
- Eles? - Se levanta, bate o cigarro no cinzeiro e devolve à boca. - Não tem eles, senhor Colt. Eles somos nós. Está vendo aquela câmera? - De costas para Colt, ele aponta para uma câmera no teto à sua frente.

Fácil assim? Colt sorri como a muito tempo não sorria. Poupou-lhe o trabalho. - Quantos golpes desses você acha que aguenta? - Mostrou o anel, em seu punho. Ainda com o sorriso no rosto como se aquele homem não oferecesse perigo nenhum. O que ele sabia que não era verdade. Qualquer sinal de que iria ser atacado, faria com que o machado crescesse.

O homem vira o pescoço, olhando para Colt.
- Oh... Eu já fui jovem como você. Já tive esse ímpeto. Mas não se preocupe, meu destino agora não importa mais.
- Meu objetivo já foi cumprido. Com você preso nessa sala, a relíquia não será destruída e ele vai conseguir acordar. Depois disso, nada vai ter importância.
Ele bate o cigarro no cinzeiro de novo, pegando outro do casaco.

- Eu saio daqui a hora que eu quiser. - Deu de ombros. - De um dos jeitos você sai morto. Do outro eu vejo o que faço. - O machado cresce. - Como vai ser?

Connor está chegando no local. Do ar, ele pode avistar o Departamento. O LVMPD é enorme, mas ele sabe instintivamente que Colt está no terceiro andar, no que parece ser uma sala de interrogatório. Sua cabeça lateja, o garoto vai sofrer um grande ataque a qualquer momento.
link = https://maps.google.com/maps?q=lvmpd&hl=pt-BR&ll=36.167598,-115.16132&spn=0.003571,0.004951&sll=36.16748,-115.161636&sspn=0.003571,0.004951&t=h&radius=0.17&hq=lvmpd&z=18

Enquanto isto, Montana ainda está a duas quadras. Ele vem vindo rápido para quem veio de carro. (próximo turno)

- Você não entendeu, Colt? - O delegado, sempre paciente, acende o segundo cigarro e se senta novamente, os pés pra cima. - Você pode me matar se quiser, mas nunca vai sair daqui. Aliás, sem o meu consentimento, não vai mesmo. Esta sala foi feita sob medida pra segurar você, e você em especial. Nós tivemos todo o tempo do mundo... - Ele bafora a aros de fumaça no ar. - E o meu destino não interessa. Depois que Cronos tiver forças, ele prometeu me devolver o meu passado. Todos nós neste Departamento, Colt, teremos uma segunda chance. - E então ele pega algo do bolso de trás. Colt se prepara para levar um tiro mas... Parece ser uma carteira. Ele abre e mostra uma foto. É a família dele, aparentemente. Mulher e uma filha. Na foto o delegado Rickert parece outra pessoa, muito mais... Feliz. - Elas morreram em um atentado que era pra ser contra mim, não faz muito tempo. Na verdade, poucos dias. Eu... - Ele fica mudo, olhando para a foto. Seus olhos parecem marejar, mas só por um instante.

[Notas Pessoais]

Vittoria De'Angelis
- -2 Lenda
- -1 FV
- Marca da Vigília: Chacal; Pietro De'Angelis
Pietro De'Angelis
- -3 Lenda
- -1 FV
Noah Connor
- -2 Lenda
- Marca da Vigília: Mendigo; Luke Colt
Luke Colt
- -1 FV

por Luke Colt Qui Ago 30, 2012 11:27 pm

A guerra. A estrela que parecia reger o destino do Scion. Não se tratava de Deuses ou de Titãs. Se tratava de homens. Cada um com os seus interesses. O discurso de justiça de Colt parecia bonito, mas no fundo, ele só estava atrás de vingança. O Delegado Rickert só queria sua família de volta. Homens.

Não eram muito diferentes. O Guerreiro até pouco tempo tinha uma visão muito diferente sobre o outro lado. Pensou que fossem pessoas frias ao extremo, com aspectos monstruosos. Mas não. Eram como ele, como Connor, como qualquer outro Scion ou mortal. Seu progenitor era a única diferença.

- Você acha? - Agora seus olhos eram de compaixão. - Você acha mesmo que Cronos vai trazer sua família? Trazer sua velha vida de volta? - Levantou da cadeira, mas não tinha intenção de atacar o homem. Ao invés disso continuou falando. - Ele é o culpado por centenas de mortes até agora. Imagina quando ele for solto! - Surpreendendo o policial, Colt acerta a câmera com o machado. De alguma forma, aquilo lhe deixava inseguro. Aproveitaria para ter uma noção do que aquelas paredes eram feitas.

- Ah, foi mal. - Falou como se aquilo não fosse importante. - Continuando... Cronos é mau, e se ele for solto toda a humanidade irá por água abaixo. Você é mesmo tão egoísta assim, e ponto de matar todos os homens pelo seus interesses. - Luke tentava qualquer hipocrisia para convencer o homem. Ele mesmo, provavelmente sacrificaria o planeta para conseguir sua vingança. - Será que sua mulher iria aprovar?

O Guerreiro havia simpatizado com o homem, por isso tentou a diplomacia primeiro, porém, se o homem não concordasse em abrir a porta imediatamente, teria que partir para a artilharia pesada. Tinha muitas cartas na manga.

- É sério, cara. Eu preciso sair daqui. - Olhou fundo nos olhos do Delegado e falou em bom e alto tom. - Me deixe sair! - [OVERT ORDER] Imaginou que ele precisaria se levantar para abrir a porta, mas era possível haver algum tipo de controle remoto ou mental que lhe permitisse abrir dali mesmo. Assim que percebesse que a porta estivesse aberto, rodaria sua arma na direção de Rickert. Ele havia muita culpa nas mortes, inclusive na da velha cigana. Ele poderia ser autor, cúmplice e na melhor das hipóteses omisso no seu dever de cuidar da cidade. Pelas leis dos homens, ele tinha culpa, e pela leis dos deuses, Colt o sentenciou à morte, mesmo sabendo do seu duro passado. A lei deve ser cumprida. Passaria correndo pela porta, e pularia da janela. São só três andares afinal. Se o vidro estivesse fechado, ele o abriria. Numa investida com o machado. Afinal, ele se o que Rickert disse fosse verdade, o DP inteiro estava sob influência do Titã.

Caso o seu truquezinho de manipulação não surta efeito contra o homem, apelaria para a boa e velha força bruta. [HOLY RAMPAGE] E com toda a sua força golpearia não a porta, e sim o chão. Obviamente a porta teria algum tipo de reforço mágico. Caso Colt perceba a qualquer momento algum sinal de hostilidade por parte do "Cronete", mudaria seu alvo para o pescoço do homem. Não o mataria sem que encontrasse um meio de ser liberto, a não ser que sua integridade física dependesse disso.

Se nada disso funcionasse, checaria seu celular, provavelmente sem sinal. Mas se por um milagre... relutaria em pedir a ajuda dos demais, mas no fim das contas era "só um aviso, não um pedido de ajudas". Enviaria:

"Tô aqui [em tal lugar], e tem um bando de Cronetes pra você matar!"

por **Pietro De'Angelis** Sex Ago 31, 2012 9:46 pm

Sem sequer olhar para VItoria, ou mesmo se dar o tabalho de procurar uma camera na Lanhouse

- Minha parceira. Dando um tempo, ele continuava escrevendo - Já que acabaram, eu gostaria de ter a informação de quem comprou o último grande lote, talvez consiga eu fale direto com ele por algumas.

Olhando de lado, Pietro percebia que sua irmã falava com o homem que estava na Lanhouse

Vittoria escreveu:Oh. - Franzia o cenho, deixando seu corpo ereto ao lado de Pietro enquanto cruzava os braços e pairava seu olhar na direção do funcionário, mas movendo o olhar pela sala do modo mais discreto que conseguisse em busca de uma câmera de vigilância. Sim, só poderia ter sido por ali que ele lhe havia visto... ou teria uma daquelas microcâmeras guardadas ali? O funcinário só mexia no facebook pelo que notou, então não tinha como suspeitar dele. - Lugar meio morto né. - falava com o funcionário - Você é o dono? - não saía de perto de Pietro, conversando com o jovem dali mesmo.

Lançando um olhar lateral, ele buscava rapidamente as resposta do homem da lanhouse, porém um tempo depois a janela começava a piscar novamente com algumas mensagens. O contato voltava a escrever:

- ok, + eu ahco mlhor vc n flar cm els n. qm cmprou foi 1 kra d idntidad flsa. + qm ele mndou pr bscar as cmeras foi 1 cmihnaum da polcia da bulevard martin luter king. prada strahna msdfnbm

A mensagem termina de modo estranho, e depois não há mais sinal do contato.

Pietro analisa aquelas palavras digitadas com uma forma diferente. Ou o homem era alguém totalmente preguiçoso para escrever ou algo está para acontecer. O homem da lanhouse começava a falar algo para sua irmã.

- Ahn? - O homem olha pra ela com um olhar entediado. - É, é sempre assim. Mas a gente não paga nada, então tudo é lucro... E como vocês descobriram...

Pietro e Vittoria puderam ver a câmera de segurança movendo-se e focando no dono da lan house. Eles previram algo ruim, mas antes que pensassem em fazer algo a respeito, o homem se estrebucha como um peixe fora d'água e, em questão de instantes, bem em frente a Vittoria, seu corpo murcha como se instantaneamente desidratado, sobrando apenas a pele vazia estirada sobre a cadeira. Mal dá pra ouví-lo gemer.

Paralelamente, há uma nova mensagem no celular dos dois, de Connor:
"Acharam o Luke antes. 'Tô indo pra lá antes do garoto morrer, Montana tabém estava a caminho, eu acho. Tudo ok com vocês dois?"

Ok, o ápice da confusão começava a se formar. Nesse momento os ouvidos de Pietro captavam aquele barulho clássico da câmera se ajustando. Aquele mesmo barulho que fez o Scion tremer. Aquilo era estranho. Como um flashback, Pietro via o homem sucumbir ao poder malévolo dos titãns. Olhou para câmera e sem pensar duas vezes, lançaria a cadeira que estava sentado na direção da mesma, tentando quebrá-la. Logo em seguida ele apenas pegava no braço de sua irmã e saia correndo da loja. Explicações viriam depois.

- Viu a mensagem?

Pietro clicava para ligar para Connor.

- Policiais que pegaram as câmeras. Não confiem neles. Inclua Montana na sua lista de suspeito, ele também é um policial! Onde vocês estão????

Enquanto esperava a resposta do grande Connor, Pietro olhava para os céus procurando seus pássaros enquanto buscava algum lugar para se esconder momentaneamente. Ele buscaria um lugar que não oferecesse nenhum perigo de haver uma câmera escondida.

Off: Há dois posts você esqueceu de levar em conta minha interação com os corvos que eu pedi. se quiser fazer uma flashback, não me importo

por Vittoria De'Angelis Sáb Set 01, 2012 2:45 pm

Não pagam nada? - Perguntava, arqueando a sobrancelha. Como não pagavam nada? Conta de Internet, locação do lugar... Não poderia ser "nada". Teria perguntando o que significava, se o som da câmera se movendo não houvesse lhe chamado atenção... Não poderia ser, não ali. Olhou imediatamente para Pietro, sentindo algo lhe alertar.. Os pelos de seu corpo se arrepiavam num sinal de algo ruim que se aproximava... - Pietro... - Murmurou, virando o olhar por alguns intantes para ver o irmão, mas logo voltava sua atenção para o funcionário, que emitia um som estranho... Estrebuchava como nunca antes a promotora havia visto alguém fazer e murchava. Sim, ele murchava!!!

É... É... o Titã?! - falava num tom um pouco agudo demais, olhando o irmão arremessar a cadeira na direção da câmera. Não tinha tempo para fazer mais nenhuma pergunta, sendo quase arrastada por ele para fora da lan house. Mensagem? - piscava um pouco aturdida e pegava seu celular dentro da bolsa, soltando-se do scion que agora ligava para alguém.

Policiais? Luke? - tentava juntar os dois assuntos - Pergunte para ele se sabe onde Luke está! - jogava as palavras - Procuro num mapa no celular, tomamos um táxi para lá. Deve ser seguro, dentro de um táxi... - olhava para Pietro, o cenho franzido.. Era aquilo que poderia ter acontecido com seu irmão, sabia agora. Não teria nem tempo de falar... Assim que obtivesse um nome de lugar, já o digitaria no "google" para ver pelo mapa como poderiam seguir para lá.

por **Gam** Sáb Set 01, 2012 3:48 pm

@De'Angelis e De'Angelis
A câmera se quebra quando a cadeira é arremessada sobre ela, ao som de estilhaço da lente. Pietro e Vittoria saem correndo da loja, descendo as escadas para a calçada.

Na rua, um verdadeiro pandemônio começa a se formar. Em meio a um barulho generalizado formado por gritaria e buzinas constantes, os irmãos podem ver pessoas correndo desesperadas. Uma a uma, elas sucumbem instantaneamente ao estranho efeito que faz desaparecerem suas entranhas, sobrando apenas a pele murcha. Carros perdem o controle e batem em postes ou na parede, conforme seus motoristas são engolidos por um inimigo invisível. Onipotente, onisciente e onipresente.

Eles não tem como pegar um táxi, já que o trânsito se tornou caótico. É cada um por si, correndo a esmo sem saber do quê estão fugindo nem onde estarão seguros. Uma pessoa rendida ao desespero se joga da janela do oitavo andar, espatifando-se em sangue e vísceras a poucos metros dos De'Angelis.

Por toda a parte, as pessoas morrem espontaneamente como formigas a mercê de uma criança sádica com uma lupa. A qualquer momento pode ser a vez deles.

O celular de Connor chama, mas ele ainda não atendeu.

[Notas Pessoais]

Vittoria De'Angelis
- -2 Lenda
- -1 FV
- Marca da Vigília: Chacal; Pietro De'Angelis
Pietro De'Angelis
- -3 Lenda
- -1 FV
Noah Connor
- -2 Lenda
- Marca da Vigília: Mendigo; Luke Colt
Luke Colt
- -1 FV

por Connor Sáb Set 01, 2012 6:36 pm

E agora ... Luke tava ali, em alguma dessas milhares de salas, pronto a ser atacado que nem um patinho, e Connor sabia disso, tinha o trunfo de ser um "Às na manga" a mudar o destino de tudo. Mas como? Seria melhor ele esperar o ataque começar, ou chegar chegando?

No meio da "confusão mental" ele escuta o celular tocando, na tela já dava pra ver o numero de Pietro

- Fala. Pegaram? Como assim pegaram? Sem mais nem menos? Put ... q .. pariu! Eu avisei o Montana sobre o Luke, deve estar quase chegando já. 'Tamo aqui no LVMPD. Vou ter q desligar aqui cara .. Se vier toma cuidado.

Voltava a guardar o celular no bolso, dessa vez no modo silencioso, queria ser o fator surpresa de toda a ação. Daria uma volta por cima do prédio, até sentir aquela intuição que falava "é ali, naquela sala", até que ele entra em ação, bem no meio do prédio, sem janelas, provavelmente uma unica porta. "Droga", com o Basher em mãos já, na forma do belo martelo que ele era, entrava devagar pela janela que já estava aberta, devagar, quase que fazendo uma oração a seu Pai para que nenhum humano estivesse ali, atravessava o corredor e esperava ali na porta, se fosse só um humano com Luke ali teria sido uma perda de tempo desgraçada.

"Puta que pariu, se o Montana tiver nesse rolo também, eles já vão saber que eu 'tô por perto. Merda, devia ter ficado com ele em vez de vim correndo..."

por **Gam** Sáb Set 01, 2012 9:49 pm

@Colt, Connor e Montana
Colt acerta a câmera enquanto fala, despedaçando-a facilmente. O machado tira uma lasca da tintura da parede que, a menos a princípio, parece ser uma parede normal.

- Eu sei que ele vai, Colt. - O homem responde, indiferente quanto à câmera. - Eu senti a angústia dele. Ele quer se libertar mais do que qualquer coisa, e esse seria um favor pequeno para ele fazer por nós como contribuição.

Ele abaixa os olhos por um instante.

- Não, a minha mulher jamais iria aprovar isso. Mas ela não precisa saber. De qualquer modo, ela não acreditaria. Quando tudo isso acabar, vai ser como se nada houvesse acontecido.

- Me deixe sair! - Colt perde a paciência, usando de sua autoridade divina para submeter o mortal.

Primeiro ele parece acuado. Sua expressão calma pela primeira vez é trocada por olhos esbugalhados, como se surpreso com o efeito que aquilo causou-lhe. Mas, em seguida, ele volta à mesma fisionomia cansada de antes:

- Eu menti, Colt. - Ele diz. - Nem com o meu consentimento você pode sair daqui. Foi um plano suicída. Eu me prendi com você, e nós vamos ficar aqui enquanto Los Angeles é devorada lá fora.

Ele se levanta.

- Tinha algo que eu ia te falar sobre a câmera, mas você me cortou. - Colt então sente um súbito vazio no peito. Ele cai sobre um joelho, inutilmente tentando apoiar a mão livre na mesa. - Ela estava desativada, assim como todas as câmeras desse Departamento. O monitoramento de vigilância agora está ligado às nossas micro-câmeras da cidade. - Colt sente a garganta seca, e seu coração bate forte em arritmia. Há algo muito errado com o seu corpo. Muito, muito errado. - É daqui que nós vigiamos e sugamos as essências para carregar a fonte. Boa parte da força policial deste Departamento está empenhada na tarefa de coleta.

Colt sente sua visão embaçando, sua força se esvaindo. Ele cai e sua cabeça bate forte no chão, mas ele ignora essa dor. A dor em seu peito é muito maior. Ele vê o vulto de Rickert se aproximando. Ele está com uma mão sobre o peito, aparentemente. O delegado pisa em seu machado, prendendo sua mão fraca no chão.

Connor tem uma visão em tempo real de Colt indo ao chão com o delegado aproximando-se dele. Ele não sabe o que está acontecendo, mas sabe que o ataque já começou. Sua cabeça parece estar prestes a explodir.

Enquanto isso, Montana chega agora. A viatura derrapa em frente à delegacia. Será tarde demais?

[Notas Pessoais]

Vittoria De'Angelis
- -2 Lenda
- -1 FV
- Marca da Vigília: Chacal; Pietro De'Angelis
Pietro De'Angelis
- -3 Lenda
- -1 FV
Noah Connor
- -2 Lenda
- Marca da Vigília: Mendigo; Luke Colt
Luke Colt
- -2 FV

por Luke Colt Sáb Set 01, 2012 11:35 pm

Em uma manhã qualquer de 2002:

Mark almoçava à frente da TV, enquanto assistia às novas contratações do seu time. Naquela época, o irmão mais velho de Colt tinha apenas dezesseis, porém já estava inserido no movimento há dois anos. Sebastian, um membro muito mais velho, também estava em casa quando Luke chegou com o o rosto roxo e o olho marejado da escola. - Ei Luke, que merda é essa na sua cara?

Nada. - Prendia o choro.

Tu apanhou de novo na escola? - Não era a primeira vez, o garoto com oito anos era constantemente vítima de um valentão quatro anos mais velho. - Eu já não te falei que se tu apanhasse outra vez, que iria te bater era eu?

- Porra, Mark. Teu irmão é o maior viadinho, hein! - Disse o gordo e tatuado skinhead, com a boca cheia de comida. E Mark o encarou com um olhar ressentido.

- Bora. - O adolescente arrastou Luke pelo braço até a porta. - Tu vai virar macho, nem que seja na marra!

A única experiência que o Scion teve com o pai, foi um encontro de 15 minutos. Sua mãe, apesar de o amar bastante, passava todo o dia fora trabalhando. Quando não estava na selva que apelidavam de escola, Luke estava com seu irmão mais velho, e ele foi é o maior responsável pelo o Guerreiro que ele havia se tornado. A honra estava impregnada na sua cabeça, a força bruta era a sua arma principal, e a vingança sempre foi sua motivação para qualquer coisa. Agora não seria diferente.

Então esse ratinho é o bosta que te bateu? - O irmão mais velho cuspia as palavras como se não acreditasse na fraqueza de Luke. Sebastian também estava presente na frente da escola. - Bora Luke, ou tu quebra essa bostinha, ou tu vai apanhar mais ainda de mim!

- Não, Mark! Por favor! - O garoto implorava para ser poupado, mas ao invés disso levou um empurrão em direção ao valentão, e uma provocação. "Haha! Vou bater no outro lado pra ficar igual." Os "capangas" dele riam da piada, e Sebastian acompanhou. As lágrimas começavam a correr pelo rosto de Luke antes mesmo do primeiro soco acertar sua barriga. O garoto se encolheu, e então recebeu outro no rosto, o fazendo cair.

- Levanta, Luke! - Gritou o irmão, irritado. Os outros garotos que assistiam gritavam em zombaria a cada chute recebido e Sebastian também achava graça. O adolescente ia ficando cada vez mais raivoso. - Levanta, seu merda! Você nem parece que é meu irmão!

Por que? De uma hora para a outra o Scion perdera a sua força sobre-humana. Olhou para Rickert e teve certeza que ele era o culpado. Não pode fazer nada. Sua garganta implorava por água, seu coração parecia saltar pela boca, e sua respiração ficava pesada. Caiu no chão. Tentava levantar, mas era inútil. Quando o delegado pisou no machado, era como se tivesse pisado em seu orgulho. Por um segundo, pensou em reagir. Em vão. Ele sentiu a morte. Era uma sensação tão acolhedora. Como se todos os seus problemas fosse acabar.

- Luke! Levanta e acaba com esse bostinha! - O Scion escutava em alto e bom som. Escutava seu irmão. Escutava os gritos zombeteiros dos garotos. E o riso feio de Sebastian. - Você tem o meu sangue Luke, olha esse viadinho! Quebra a cara dele!

O ódio da voz do irmão era tão forte que saltou dez anos até alcançar o Guerreiro, e o preencher de raiva. Rickert matou centenas de pessoas, matou Nhá Ciça e agora iria matar o próprio Scion. Pisou no seu orgulho. O instinto de Vingança o preenchia. Dar o troco. Era como se uma mão invisível houvesse levantado Colt, com uma vontade implacável, e olhos tempestuosos.

Aaaaaah! - Mesmo sendo metralhado por chutes, o garoto encontrou espaço para levantar. A ira era tão intensa que o garoto saiu desferindo golpes aleatórios sobre o valentão. Ao outro garoto, só restava recuar. Socos giratórios, pontapés desengonçados, joelhadas feias. Até poder respirar e encaixar um soco certeiro no nariz do gordinho. Caiu sentado e o sangue escorreu, banhou sua camisa. Fugiu chorando. Todos olhavam perplexos para Luke, que ainda tentava se recompor do ódio.

Com o machado empunhado, não tinha muito o que fazer. Aquele golpe não teria o peso comum de alguns quilos. Teria o peso da punição. Centenas de almas empurrando-o com Luke. Teria o peso da culpa. E claro, o peso monstruoso da força épica do Scion. Girou sua arma enterrando-a no torso de Rickert.

_____
-1FV Ignorar Penalidades
-1Lenda Adicionar Sucessos no Golpe

por Vittoria De'Angelis Dom Set 02, 2012 12:54 pm

Spoiler:

Nascondere!* - era a última ordem que gritava para seu chacal, esperando que ele tivesse melhor sorte que ela e Pietro, que corriam desabalados para fora da lan house. Ao alcançarem a rua ainda não notava o pandemônio que estava instalado, preocupada demais em fugir daquele que estava na lan house, em permanecer viva com seu irmão. Enquanto revirava os mapas no celular (ou pelo menos tentava abrir o aplicativo), aguardava o nome de um lugar para o qual pudessem ir. Foi apenas quando uma mulher passou gritando ao seu lado que levantou os olhos para a rua - e para a mulher, que continuava a correr como tantos outros ali. Ficou boquiaberta, parada por alguns instantes enquanto via absorta o que estava acontecendo ali. - Pietro... - falava em seu italiano, parecendo esquecer-se ligeiramente do inglês tão bem aprendido - Precisamos fugir. - segurou no ombro do irmão e deixou que seu braço deslizasse pelo dele, até agarrar seu pulso. Sair da rua. Quantas cameras afinal tinham?!

Colt, era culpa dele!Se ele não tivesse bancado o fortão bam-bam-bam, nada daquilo estaria acontecendo. Agora... sabe-se lá quantas pessoas estavam perdendo a vida por causa de um ato inconsequente! Puxava o irmão para correr, corria o quanto suas pernas aguentavam pela calçada e só parando a poucos metros de um monte de visceras... Era o que restava de uma pessoa que havia achado melhor espatifar-se no chão do que enfrentar aquele destino. Seria melhor? "Pai... por favor, nos ajude..." orava, olhando ao redor, ofegante. Não poderiam continuar correndo, seriam atingidos por pessoas desesperadas. Calma, era o que precisava. Analisar suas opções, descobrir saídas.. Táxi estava fora de questão... - Um carro, vamos encontrar um carro. - O transito estava caótic, é verdade... Mas talvez conseguissem passar por ele. Um carro parado e abandonado seria sua primeira escolha. Caso nenhum com esses requisitos não fosse encontrado, um batido que ainda apresentasse sinais de funcionamento. Era fácil descobrir isso apenas ouvindo o som que seu motor fazia. - Precisamos nos esconder... Num local que não tenha câmeras de vigilância, como aconteceu na lan house. - falava, sem nunca soltar o pulso de Pietro, sua mente focada no que precisava fazer. - Estacionamentos, não. AS ruas tem serviço de vigilância. Um local sem serviço de vigilância, Pietro. Um banheiro público, talvez. Sujar os vidros de um carro de modo que não dê para nos ver. Um carro com vidros escurecidos, uma limosine. Procure, mas não me solte, em momento algum... - Passava as informações com sua voz alta e concentrada, mantendo uma calma que talvez fosse impossível para seu irmão.

Vittoria nunca entrava em desespero, não importava o quão arriscada fosse a situação em que se encontrava. A calma e frieza estava em seu ser, viver em ambientes hostis. Foi assim que conseguiu viver até agora, sobreviver... Mesmo à beira da morte, ela havia conseguido escapar... E agora não seria diferente. Conseguiria encontrar um modo de savar Pietro e a ela, precisava acreditar nisso.

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*Esconda-se!
Hmmm não sei se pode... mas vamos lá:

Percepção Épica - Entonação Perfeita> ouvir motores que apresentam um funcionamento razoavel
Raciocínio Épico - Foco Meditativo> focar-se no que precisa fazer\o encontrar um carro, algo sem cameras de vigilancia.

por **Pietro De'Angelis** Dom Set 02, 2012 8:57 pm

Pietro abria a porta da lanhouse e então olhava para o caos formado do lado de fora. Uma ação involuntária tomou conta de seu corpo. Dos pés às mãos seu corpo estremeceu. Ele sabia o que era aquilo, ele havia sentido na pele exatamente o que aquelas pessoas estavam passando. Por alguns segundos sua cabeça travou. Sua mente simplesmente se recusava a dar qualquer passo a mais.

Vittoria escreveu:
- Pietro!

O chamado de sua irmã despertava o Scion daquele transe. Naquele momento era clara a expressão de medo que ele mostrava. Vittória sabia que aquela expressão apenas comprovava que Pietro havia passado por aquela situação e de alguma forma miraculosa havia saído ileso, ou pelo menos quase sem traumas.

Vittoria escreveu:
Precisamos nos esconder... Num local que não tenha câmeras de vigilância, como aconteceu na lan house.

Pietro confirmava com a cabeça. Em sua mente ecoava o telefonema que Connor havia dado. "LVMPD". O que ele faria? Iria de encontro aos outros Scions ou procuraria sobreviver. Claramente seu pai diria para ele dar o fora daquele lugar e voltasse quando pudesse. Ele piscou rapidamente olhando tudo a sua volta, tentando absorver cada detalhe. No meio daquele caos ele tentava concentrar sua audição em qualquer barulho comum de câmera mudando o foco, ele procuraria a direção e buscaria um modo de quebrá-la. Caso não tivesse como simplesmente sairia de perto.

- Vittória, aconteça o que aconteça, não desista, essa é a única maneira de sobreviver a isso.

A voz de Pietro saía baixa, quase um sussurro. Seu olhar era alfo fanático, algo que parecia estar vivendo novamente sua quase morte. Ele balançou a cabeça tentando acertar sua própria expressão. Pietro era alguém corajoso e assim devia agir. Tentou concentrar-se assim como sua irmã inúmeras vezes disse, e naquele instante ele puxou Vittoria para seu lado e olhou nos olhos dela.

- Temos que ir para o LVMPD. Os outros estão lá. Qualqeur lugar aqui em cima será perigoso... Vamos para os esgotos. Improvável terem muitas câmera lá. Teremos de andar, mas eu não vou me perder. Analisei o mapa dessa cidade antes.

Assim que falava isso, Pietro olhava para as ruas procurando um bueiro grande o suficiente para que seu corpo e de sua irmã passassem. Assim que o achasse correria na direção dele tentando ver se alguma câmera estava por perto e então abriria o bueiro*

No caminho olharia para os céus e procuraria seus corvos. Se os achasse apenas gritaria para eles se afastarem da zona da cidade e voassem alto, observando de uma maneira mais clara tudo e para descansar fossem para algum lugar reservado.

Nota:
Para abrir o bueiro ele vai tentar abrir na maneira convencional, caso não consiga, ele vai procurar algum tipo de pé de cabra para abrir e se ainda sim não achar, ele vai tentar explodir o bueiro com sua potente e mágica arma.

por VanOwen Seg Set 03, 2012 9:34 pm

O Corolla modelo 2010 da polícia local derrapava em meio aos potentes C4 da central metropolitana de polícia, cantando levemente os pneus queimados. O jovem que saiu do carro caminhava determinado uma linha reta em direção à escadaria da porta principal. Por segurança, trouxe consigo o oficial gordo e seu parceiro raquítico que dirigiram para ele. Do porta malas do carro retiraram as poucas munições e um velho colete surrado que serviu à Enrique. Uma escopeta de cano longo, do modelo tiro-a-tiro jazia pendendo em sua mão, quase tocando o chão. Enrique já podia sentir novamente o cheiro de sua cidade. Alí o cheiro era mais forme. Fedia a vermes interesseiros e um esgoto de injustiças e individualidades. Fedia à visceras podres e promessas vazias, fedia à ódio e vingança, fedia à podridão humana. No seu percursos de 5 minutos de uma delegacia à outra, Enrique Montana se distanciara da humanidade que regia, entrara humano e saíra do carro caminhando como um deus. O deus misericordioso, o único que entendia o gosto que a humanidade tinha por sua maior bênção e mácula. Ao final daquele episódio, tudo o que A Santa Muerte não desejaria era mais sacrifícios de inocentes. O filho de Miclátecuhtli precisava sentir em sua face o sangue de um culpado. Um sangue quente e sujo. Pelo menos um. Nem que para isso precisasse levar uns tantos outros com menor parcela de culpa.

-Quem levantar a arma para nossa direção, estou ordenando que atirem antes. A corporação está corrompida. Temos que achar um rapaz, mas se tratando de uma delegacia pode ser que encontremos civis. Retirem-nos daqui, nem que isso lhes custe a vida. Não andem empunhando a arma para não representar ameaça, mas deixem o coldre desabotoado. - Felizmente uma escopeta não cabia num coldre simples.

Montana avançou pela recepção sem se identificar. Avançou pelos corredores sem dar bom dia. Aquele seria o menor dos pecados que cometeria naquele dia. Os dois policiais que o seguiam cuidariam de identificar-se e talvez de matarem ou morrer na portaria. Enrique sabia onde iria, ja estivera ali varias vezes. Se dirigia agora para a central de monitoramento eletrônico. Precisava de um culpado. Um só. Mas o culpado certo. Connor viera minutos antes pelos ares, a fim de salvar o garoto Luke. Montana viera salvar uma metrópole. E sua moral enquanto Scion morador da cidade mais caótica do mundo, no momento.

Se o ameaçassem daria apenas uma chance aos companheiros. Contaria a informação de evitar assassinato à testemunha e continuaria empunhando a arma. Não queria abrir fogo dentro da corporação, não podia se dar o luxo de falhar agora. Para todo caso, a expressão "Ordens superiores, parem de apontar para mim e venham comigo rápido seus imbecis!" sempre dava o ar de moral, superioridade e veracidade que uma patente menor precisava para obedecer rapidamente [BENEFÍCIO DA DÚVIDA]. Caso encontrasse algum amigo, manteria a citação "venham comigo seus imbecis", o que não deixava de ser uma verdade.

por Connor Ter Set 04, 2012 7:31 pm

De novo essa sensação, Dessa vez mais forte, o garoto já tava pra morrer, hora de agir.

Tinha que ser tudo muito rápido, depois da "visão" de Luke sair da mente de Noah ele já tomava uma pequena distancia da porta, não era preciso tanto, deduzindo que sua força seria mais que o suficiente pra fazer aquela porta virar uma linda pilha de farpas e estilhaços¹, e dava uma ombrada nela, já entrando no "embalo" do golpe e deixando a Basher esmagar o primeiro crânio que encontrasse no caminho, que não fosse o de Luke. Fazia parte de seu Ichor, não abandonar um companheiro, mesmo que isso lhe garantisse uma passagem só de ida até os Salões do Valhalla, e é isso que ele estava fazendo agora, podia até sentir seus músculos mais fortes ainda, sua mão mais forte, seu martelo mais preciso.

Independente se o golpe fosse certeiro ou não, seria o suficiente pra afastar o perigo de Luke, agora sua cabeça á "voltaria ao lugar certo" e estendia a mão para o garoto, tentando ajudar ele a ficar de pé.

- Me atrasei um pouco, culpa do Trânsito. Dava um sorriso em direção ao "cara", só depois voltava o olhar pra Luke Ta tudo bem garoto? Ainda tem um certo ... Titã pra gente acabar com a rabiola.

Off:
Aquela regrita das virtudes Gam, -1FV pra adicionar os dados de Lealdade.

¹ _ Caso contrario ele tentaria dar uma marretada na parede, assim como fez antes com a parede do prédio mais cedo)

por **Gam** Qua Set 05, 2012 3:10 am

Montana percebe, fatalmente, que a hora em que podia se aproveitar do benefício da dúvida já passou. Esses homens sabem bem o que está acontecendo, eles sabem bem o que querem. O primeiro tiro é disparado contra ele antes que ele pudesse completar sua frase. Não teve "Parado!" ou "No chão!". Foi só isso: Um tiro.

Policial; Tiro
Destreza+Pontaria+Precisão da Arma = 7
7, 9, 7, 1, 9, 7, 7 = 6 sucessos

Policial; Dano Bruto
Sucessos Adicionais + Dano da Arma + 1 = 9
2, 8, 8, 6, 3, 8, 3, 5, 7 = 4 sucessos

Montana; Absorção = 6

O tiro de pistola entra no seu colete já furado, mas o Scion aguenta firme de pé. Ele não precisa disparar contra o policial que o baleou, pois o gordo homem a seu lado faz isso por ele.

- Há um tiroteio dentro da LVMPD da Luther King, precisamos de reforços! - Grita o outro policial no rádio, enquanto empunha a pistola com a outra mão. - Central? Câmbio, central? - Por algum motivo, não há resposta.

Eles avançam pela recepção seguindo pelo corredor. Um tiro ecoa pelas costas e o policial magro vai ao chão. Dessa vez é Montana quem vira com a escopeta e estoura o crânio do infeliz. Mas, há algo errado...

Enquanto isso, Pietro e Vittoria correm o quanto conseguem em meio à confusão. O chacal sumiu, e ela sabe que estará seguro até que o invoque novamente. A confusão, por sua vez, não parece ser apenas em uma rua, ou uma quadra. A cidade inteira está sendo engolida ao mesmo tempo. Seguindo a ideia de Pietro, eles chegam a um grande bueiro em um beco. Sabendo de sua força física fraca, o Scion de Loki encontra um pedaço de metal que pode usar como alavanca. Provavelmente era parte de algum carro tombado.

Um som mecânico de foque o deixa em alerta. Ele grita o nome de sua irmã que também já havia ouvido e, rapidamente, finca o salto em uma câmera que se encontrava acoplada entre dois tijolos.

Com a força dos dois, os De'Angelis conseguem levantar a tampa do bueiro. É pesado, e ele tem que fazer toda a força do mundo para mantê-lo aberto enquanto ambos passam. Quando ele está quase fechando, vê um de seus corvos vindo do céu em sua direção. Ele está gritando, parece ser algo importante. "Não..." Não o quê...? Mas ele não tem forças para segurar por mais tempo, e acaba cedendo para o peso do bueiro que se fecha sobre sua cabeça, derrubando a ambos no chão úmido do esgoto. Lá dentro, um silêncio contrastante com o inferno lá de cima. Provavelmente não há câmeras ali, eles devem estar seguros. Os Scions levantam-se no escuro, mas...

Connor dá uma ombrada na porta, mas ela é sólida como rocha e nem se move. Percebendo que precisará de mais que isso, ele toma espaço e dá uma forte marretada na parede.

Connor; Derrubar Outra Parede
Força = 4 / Epic 2 / Dif = ?
5, 4, 2, 3 = 0 + 2 = 2 sucessos

Colt sente suas entranhas sendo repuxadas por dentro, sente um mal-estar tremendo. Mas ele não aceita este fim. Seu irmão ficaria decepcionado. Ele ficaria decepcionado consigo mesmo, ora! O garoto junta forças, Coloca o pé no chão. Rickert dá um passo pra trás, estupefato. Não era pra isso acontecer. Não, na verdade o processo deveria ser instantâneo!

Ele se levanta, e em seus olhos pousa a vingança de milhares de pessoas dessa cidade. O garoto empunha aquela arma colossal e, enquanto isso, ignora a dor causada pelo imenso vazio que cresce em seu peito. Isso não importa agora, ele tem algo mais importante pra terminar.

Colt; Vencer
Destreza + Armamento = 8 / Epic 2 / Lenda / Dif = 4
7, 5, 5, 4, 7, 6, 1, 5 = 2 sucessos + 2 + 3 = 7

Colt; Dano Bruto
Força + Sucessos Adicionais + Dano da Arma + 1 = 21 / Epic 2
5, 5, 4, 6, 6, 9, 4, 4, 3, 5, 10, 3, 6, 9, 4, 7, 6, 4, 6, 10, 10 = 9 sucessos + 2 = 11 sucessos

Rickert; Absorção = 1
Dano Total = 10

O machado entra no corpo do delegado com uma força inumana, deformando-o e rasgando sua pele e entranhas como manteiga. Com o rosto horrorizado, o humano morto vai ao chão deixando uma poça enorme e crescente de sangue. Sangue esse que agora banha toda a sala, esguichado após o impacto da arma divina.

Colt +1 Lenda

Uma pequena faísca denota que algum equipamento eletrônico em seu bolso se partiu no impacto. Uma caneta. Uma caneta com uma microcâmera...

E então Luke sente um impacto forte vindo do outro lado da parede.

Connor arrancou um pedaço da pintura e viu um racho se abrindo, mas não é o bastante. Aparentemente, eles fizeram uma parede muito grossa com quilos e quilos de concreto. Ele vai precisar bater mais que isso se quiser derrubá-la. Ele dá outro golpe...

Connor; Derrubar Outra Parede
Força = 4 / Epic 2 / Dif = ?
3, 4, 5, 4 = 0 + 2 = 2 sucessos (+2)

Uma lasca vai ao chão, mas ainda falta muito. Ele tem uma sensação de vazio terrível quando dá por conta de que o mendigo que marcou está morrendo neste exato momento, o corpo esvaziando como uma bexiga em algum lugar de Las Vegas. Ele não podia fazer nada a respeito... Colt levanta o martelo para bater de novo, mas alguém chama sua atenção no fim do corredor.

- Solte esse martelo imediatamente! - Grita um policial empunhando a pistola em sua direção.

Mas algo acontece...

A passagem do tempo, outrora inexorável, agora falha. Será tarde demais? Será que, tratando-se do senhor do tempo, era possível chegar na hora? O passado e o futuro são, mais que locais de fácil acesso, parte dele. Ele sabia e saberá de tudo desde o começo até o final.

Montana vê o sangue e os miolos do homem que ele acertou voando e tomando o ar, mas eles repentinamente param. Não apenas eles, como todo o resto, inclusive o próprio Scion. O tempo congela por um instante, e ele tem certeza de que consegue ver cada gotícula de sangue e resto de cérebro flutuando em completa inanição. Repentinamente, contudo, o tempo volta ao normal e aquele sangue banha as paredes e o teto.

Os irmãos De'Angelis mal tem tempo de se acostumar ao escuro, quando algo bizarro acontece. O andamento do espaço-contínuo falha e eles se vêem novamente correndo pela rua à procura de um bueiro. Eles encontram e, dessa vez, Vittoria já sabe onde estava a câmera e a destrói rapidamente. Eles abrem a tampa do bueiro juntos e, antes de começar a entrar, desta vez Pietro espera pelo corvo.

- Não entre aí! - O pássaro grita, voando em sua direção. - É onde o chupa-cabra está. Ele é real, e a descrição bate com o que o mendigo falou. - Agora mais calmo, ele pousa em seu ombro enquanto o informa.

Olhando em volta, Pietro ainda não consegue decidir se é mais seguro ficar ali ou arriscar entrar no bueiro.

No terceiro andar da LVMPD, o tempo trava, volta e acelera. Connor tem tempo de bater três vezes na parede antes que o policial dê por conta do que está acontecendo. Confuso, mas ainda convicto, o homem atira.

Connor; Derrubar Outra Parede
Força = 4 / Epic 2 / Dif = ?
7, 4, 3, 4 = 1 + 2 = 3 sucessos (+4)

Connor; Derrubar Outra Parede
Força = 4 / Epic 2 / Dif = ?
3, 3, 3, 5 = 0 + 2 = 2 sucessos (+7)

Connor; Derrubar Outra Parede
Força = 4 / Epic 2 / Dif = ?
4, 5, 4, 8 = 1 + 2 = 3 sucessos (+9)

Policial; Tiro
Destreza+Pontaria+Precisão da Arma = 7
9, 8, 5, 2, 2, 6, 2 = 2 sucessos

Policial; Dano Bruto
Sucessos Adicionais + Dano da Arma + 1 = 5
8, 2, 3, 7, 9 = 3 sucessos

Connor; Absorção = 3

O tiro passa raspando pela calça de Connor, mas não faz mais que queimar um pouco o tecido. A parede, por outro lado, já tem uma cratera considerável. Ele pode ver o fundo, e olhando melhor... Metal? Há uma fina camada de algum tipo de metal atrás daquele monte de concreto. Por que diabos essa sala foi construída assim? Parece que já estava preparada para prender um Scion lá dentro...

Em todo o caso, Colt já não corre perigo. O garoto deve ter resolvido o problema sozinho. Será que vale a pena retirar ele de lá agora? Connor tem a forte sensação de que o grupo inteiro já está atrasado, devido ao estranho comportamento do tempo há pouco.

[Notas Pessoais]

Vittoria De'Angelis
- -2 Lenda
- -1 FV
- Marca da Vigília: Chacal; Pietro De'Angelis
Pietro De'Angelis
- -3 Lenda
- -1 FV
Noah Connor
- -2 Lenda
- Marca da Vigília: Luke Colt
Luke Colt
- -3 FV

por Luke Colt Qua Set 05, 2012 4:59 pm

"Then we'll rise, and they will knee,
And knew this heart of stell
Was too hard to break, too hard to hold."

Cortou pele, carne e osso como se estivesse atravessando seu machado por uma queda d'água. E então caiu sobre um dos joelhos, usando a arma como apoio. A lâmina tocava o chão, enquanto o Scion a segurava firme com as duas mãos e respirava ofegante. Aquele "vazio" que sentiu antes, e que o derrubou, sumiu. E soube o porque.

Agora encarava o cadáver do delegado com os olhos vidrados.

- Acabou, Luke. - Era isso. - Esse vai ser nosso segredo, não é pra contar pra mamãe. - Mark sempre quis resolver tudo por baixo dos panos, não havia razão para a deixar preocupada. Pelo menos era isso o que ele dizia. O direto no nariz agradou até o maldoso Sebastian, que parou de pegar no pé do garoto. E na escola, Luke deixou de ser chateado por muito tempo.

Não era assim que imaginava sua primeira vítima. Pensou que sentiria remorso, mas não. Mesmo depois da morte do homem, ainda sustentava seu ódio contra ele. E daí que ele tinha família? Os canalhas também têm. E daí que ele era velho? Os canalhas também envelhecem.

Entretanto, concluiu a vingança por Nhá Ciça. Não achou que ela aprovaria, porém, era uma questão de honra. Uma questão de justiça. E se sentiu bem por isso, mas não se satisfez. Não havia tempo para descanso. Rickert era apenas um, de um grupo muito maior, e Colt estava disposto a trazer a morte à todos eles, e manter a ordem no planeta.

Já reabilitado, repousou o machado na mesa, para revistar o morto. Ele disse que não, mas havia uma pequena possibilidade de ter com ele algo que abrisse a porta. Procurou nos bolsos da calça, e do terno ou jaqueta, se ele tivesse. E procurou por escutas em seus ouvidos. E claro tomou seu dinheiro e sua arma.

Se o morto não carregasse a liberdade consigo, Colt teria que abrir por sua conta. Pegou a arma e começou a golpear a porta. Ouviu que alguém estava a forçando do lado de fora, e pensou em aproveitar isso. Se fosse um inimigo, seria mais uma alma para a arma sem nome. A última coisa que tinha nesse momento era medo.

_____
-1 Lenda para Holy Rampage.

por VanOwen Qui Set 06, 2012 5:54 pm

Restos e pedaços de um homem escorriam pela parede da LVMPD. Enrique olhava, estático por sua própria vontade alguns segundos de ser estatizado contra a mesma. A gota de suor frio que teimava em se formar em sua testa finalmente alcançou o chão no seu destino inevitável, muito semelhante à cabeça daquele senhor. Pode ouvir sua respiração pesarosa, ao mesmo tempo em que o mundo pode ouvir sua dúvida, com um certo ar de conclusão, que veio como numa enxurrada, devastadora, impiedosa e catastrófica mesmo que em um milésimo de segundo:

-Nós... falhamos? – virou-se novamente para o caminho que seguia. O gordo ainda o encarava com seu pequeno revolver em mãos e todas as pizzas do mundo por baixo dos braços. Seu bigode tentava balbuciar algo, mas em meio aos gaguejos, Montana soltou um berro:

-CONNOOOOOR! – Olhou para o oficial gordo – Vamos, precisamos correr. Se ainda temos chance de mudar algo... precisaremos do zagueiro e do lombrado... e de todas pessoas ainda vivas. – Enrique engasgava-se com seu coração que insistia em bater em sua garganta. Ouvia somente os próprios batimentos cardíacos e ignorava as balbuciantes tentativas de comunicação do policial cardíaco que o seguia, lutando contra um ataque de sopro. Sua visão focava-se apenas na sua frente e seus passos se aceleravam a medida que caminhava, ao ponto de chegar na sala de controle do sistema de vigilância correndo. Engatilhara e estava pronto para entrar na sala disparando, seja contra pessoas, seja contra os equipamentos de controle. Esperava que a distância da porta até os painéis fosse bastante para o tiro da escopeta se espalhar e danificar tanto o equipamento quanto os malditos vermes traidores da própria raça que possivelmente a controlariam.

Pensaram em que momento esquecera de trazer Grim consigo e se o monstro estaria bem.

por Vittoria De'Angelis Sáb Set 08, 2012 9:31 pm

"Não desistir." Pensava consigo mesma, olhando de modo firme para o irmão. Não, nunca iria desistir, simplesmente não fazia seu estilo. Era uma mulher forte, de grandes desejos e sonhos. Desde que havia nascido, desde que podia se lembrar... Esforçava-se, sempre dando seu máximo em qualquer coisa a qual dava início. Ultrapassava qualquer barreira, tinha força para isso e não seria agora que isso mudaria.

Fez um pequeno aceno com a cabeça, positivo e firme. Era assim que precisava ser para seu irmão continuar, pois seu olhar a fazia pensar que a qualquer momento, ele poderia surtar. Já havia sentido a morte, o toque do filho do titã... E ele lutava para focar-se como ela pedia enquanto procuravam algo. O trânsito estava caótico, nenhum carro... nada poderia ser usado por eles. Mantinha os lábios apertados, o semblante franzido como havia visto a si mesma fazer tantas e tantas vezes diante de um grande espelho em seu pequeno estúdio em casa. Treinava, de novo e de novo, horas a fio seu controle físico, seus movimentos belos e graciosos de bailarina. Focava-se e o mundo se apagava ao seu redor, restando apenas ela e seu reflexo. Agora, restavam apenas ela e Pietro em meio a um mundo que se desfazia diante do poder de um titã.

Segurava a mão de Pietro como fazia quando eram apenas crianças correndo pelas ruas de Veneza, brincando de pega-pega com sua mãe que os seguia de perto, sempre perto. Apegara-se a esses momentos que com o passar dos anos tornaram-se tão raros... Só precisava lembrar-se de que era uma situação parecida: precisavam correr para que não fossem pegos.

Até que Pietro lhe puxava, olhando-a em seus olhos. Precisava admitir que o movimento brusco a havia assustado, mas suas palavras faziam um enorme sentido. Era uma idéia melhor, ir pelos esgotos. Fedida, horrenda, nojenta... Não digna de sua presença, mas era a saída que tinham para escapar das câmeras, embora acreditasse que em alguns pontos pudessem encontrá-las...

Conseguiam encontrar um bueiro num beco e o italiano se colocava a trabalhar para abrí-lo. Vittoria permanecia atenta ao seu redor, esperando que Pietro conseguisse erguer a tampa pesada quando ouvia aquele som. Reconhecia-o de imediato, bem como Pietro que gritava seu nome para lhe avisar. Acenou para que ele se calasse enquanto rapidamente se colocava diante a parede da qual vinha o som e retirava a bota enquanto tentava localizar a câmera. Era fácil destruí-la com o salto de seu calçado uma vez que a encontrava entre dois tijolos - São frágeis, uma vez que as encontramos. - falava num tom ligeiramente irritado, recolocando a bota no pé descalço para então voltar para o lado do larápio que tinha dificuldade em abrir a tampa do bueiro. - Fracote. - ela sorriu ao colocar as mãos na barra que ele usava. Não era grosseira nem possuía tom hostil; brincava com ele e isso ficava claro pelo tom de sua voz. Com a força de abos, a tampa era aberta - Consegue segurar sozinho? - perguntava o olhando e ao receber uma resposta positiva, passaria para a área do buraco após a certeza de que Pietro conseguiria segurar a tampa - Não quero esse negócio caindo em cima de mim para me derubar na sujeira... Isso fede. - Mesmo com toda aquela tensão, ela se mantinha conversando com o irmão mais velho. Precisava disso e imaginava que ele também, para manter a cabeça e o coração em seus devidos lugares.

Só não contava com ele caindo sobre si, o que a fazia escapar da escadinha de ferro e se estatelar no chão úmido. Gemia, pela dor no bumbum e pela meleca que sentia em suas mãos e na parte posterior de seu corpo - Aw... Isso vai ficar no meu cabelo por semanas! Que nojo! - Mas não o culpava pelo que havia acontecido, afinal aquilo devia ser realmente pesado para ficar segurando. Calou-se, levantando-se e chacoalhando as mãos e as roupas - que com certeza iriam ser jogadas no lixo, posteriormente. Em contraste com o chaos da superfície, ali estava bem quieto... E escuro. Mas não tinham tempo de nada, de procurar por nada ou nem mesmo acostumar-se com o mau cheiro - tá, isso seria impossível, de qualque modo - ou com o escuro. Como se tivesse apenas piscado, eles de volta ao beco, com Pietro lhe gritando sobre a camêra. Deja vu...?

Já sabia onde ela estava... - Mas o que...? - e ia exatamente no lugar em que a havia destruído. Dessa vez, lhe mostrou a lingua antes de esmagá-la do mesmo modo. Calçou a bota com mais pressa e ajudou Pietro a abrir a tampa do bueiro - Eu já vi isso antes... - comentava, como se desejasse que ele comentasse algo também para ter certeza de que era coisa da sua cabeça, mas dessa vez descia mais rápido... Vai que era um aviso de sua intuição para evitar a queda nojenta?

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